segunda-feira, 21 de março de 2011

Chega?

Me sinto melhor agora numa dimensão complexa de liberdade dando retorno à uma essência que quase deixei de sentir.
Meus cabelos se tornam cada vez mais emaranhados numa imaginação fresca de impulsão e medo.
Meus gritos silenciosos do temor do proprio desespero encontra-me cabisbaixa num espaço restrito e num tempo imortal e irretornável.
Perco-me de vista e visto-me do meu nada. Só assim me sinto o que realmente sou e espero o que realmente há de se esperar: o nada sob um céu repleto de estrelas tristes e vazias de luz, perdidas num vácuo que minha mente se acelera e mente, sente o vazio de uma tristeza de ausencia e se perde sem esmurecer, estoura sem mesmo se perceber.
Sinto o medo de uma época memorável, de um sentido mal explorado, de um fragmento de vida mal interpretado - tudo isso é pura mentira - há os sentidos opostos sobre os quais apostei a minha vida.
Se a dádiva da vida é perceber o valor do passar do tempo, me perco neste tempo desejando estar em um unico segundo, mas por mais tempo.
Meu corpo me julga febril, meu estado não ultrapassa a intesidade de momentos onde me banho numa piscina de soro que ejacula dos meus olhos.
Minha própria vontade de escrever algo me des-respeita e me torna egocentrica, me lembrando que a ciencia não serve para nada quando se diz competente nas relações da subjetividade.
Odeio, então, tudo. Acho-me dentro de mim mesma como uma pedra cheia de raízes esperando o vento que irá mutá-la.
Transmuto. Muto o mudo.
Vivo. Durmo e nos meus sonhos alguém vem me encontrar e não acordada, desperta ainda sinto o sono que durmo, os sonhos que transmuto, os sonhos que não queria memorizar.
Lembranças. Mais algumas - sempre é assim.
Chega?

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Encanto

Nuvem negra, disritmia de ventos soprando ausentes venenos.
Na metafísica que nada há de ser, nem meta e nem física ou qualquer lugar de ser...
Acabo de me deitar em seu próprio peito que se aconchega suavemente de ar,
E acabo uivando um silencio sem de nada notar.
Até que ponto chega esta memória que me atura?
Onde está o ponto que emerge um raio em meu peito,
Que me faz concordar que o acordar nada mais é do que sua lembrança,
Entre meus braços e seios?
Tu que, em qualquer leito adormeces e me avisas de qualquer esperança.
Tu que, sorri a força que explode em meu pára-raio-peito,
Sem sentir em versos onde mesmo está,
Desconexo e alheio.
Esta fadiga que ultrapassa qualquer corpo sem exaustão,
Torna-me única num lembrar enluarado de pingos contra o chão.
Já não sei se estes me são de saudades, medo ou
Receio desta sua eterna imagem de que não me arrependo.
E, já não sentindo mais minha respiração,
Esqueci de alimentar-me nos espinhos que me zelavam qualquer proteção,
Cujos me tornaram satisfeita apenas em vão,
Degustando notas musicais em fios de construção.
Deito-me e ensino-me a sorrir sem ti,
Nem com compaixão me desregro do que há em mim.
Tu que me vens em um sonho bom sem tocar-me, mas a ferir-me,
Num profundo silencio que não me pára de gritar, de me sentir e a me calar.
Onde está a dádiva de qualquer canção já ouvida por ouvidos tão ingênuos?
Onde mora a solidão repleta de meu peito?
Pois, se até Camões erra em dizer soar terrivelmente pela a dor da ausência,
Morre ao descobrir-se que a ausência que sentira era de si.
Como há de ser agora, minha ausência sem fim,
Com tu que me és presente, nunca fostes embora de mim.
E esta nuvem negra que não passa,
Só me passa, me ultrapassa.
Estes trilhos seguintes que não me direcionam até a paz de seu olhar,
Com a banalidade que tenta me convencer de melodias que nada me atrasam.
Este meu gesto estúpido de comentar a dor em versos,
Que deságuam em contextos paralelos .
Tu que me ouves sem querer ouvir e eu que lhe escrevo ,
Sem querer partir o todo que me faz criar e pensar.
Nada te fazes partir de mim.
Na verdade... Sou feliz assim.
Mas eu gosto de sofrer e amar tudo o que há em mim,
Buscando em seu olhar este sonho que não percebe seu próprio fim.
Já não sei mais quem amo,
Se és tu ou se és tu em mim.

Sentada com as mãos nos joelhos.

Se deus me deu a ânsia posso, sim, vomitar nas pétalas mais belas.
Foram três quartos de semana de introspecção, sentido o gosto da chuva e o gelo de uma solidão que não existe, que não tem asas para voar, que não tem motivos para se ridicularizar, que não tem fontes para se despetalar.
O som da harmônica que entristece, aconchega e me faz respirar cada nota tocada que não sai da minha boca, da minha garganta, mãos e pulmões; como há muito não sentia o som da minha própria nostalgia.
Petrifico-me em prantos e para cada lágrima seca que toca em meu solo, a nuvem que faz resplandecer o sol, solidifica a raiz de uma planta morta, que nunca houvera vida para existir.
Nos meus sonhos tortos cada fragmento de face me acorda num susto desonesto, de uma memória que jaz em minha mente-cérebro e, não me esquecendo de lembrar os fatos já ultrapassado, me relembro de esquecer o presente já transpassado.
Eu não acordo e sinto que durmo, como uma escuridão de uma floresta não estranha ao meu mundo paralelo e onírico. Me escondo do acordar do sol e mergulho no ventre da imaginação descontrolada e brigo: brigo para salivar o apetite de uma cachoeira que jorra a água e que inunda a minha feição ou qualquer estímulo; brigo para passar a tensão que não existe no tédio da lua que se esconde, nas águas dos céus, que cobrem o sol de qualquer dia que não resplandece, é frio.
Procuro no escuro, submeto-me à própria passagem do tempo. Sinto-me no obscuro transpassar da curiosidade da desesperança de lhe encontrar. Esclareço-me ao vento que me afaga nas águas límpidas de uma natureza que nunca vi, sinto tal natureza e procuro fazê-la existir.
Por um momento, afago o tempo e escrevo. Não me sinto ao vento. Não sinto a noite. Não há circunstancias. Não há nada que me faça crer na crença e na descrença, é só des-perseverança.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Conclusão real de conclusões reais.

Acabei de fazer um trabalho para uma disciplina chamada "Psicologia do Desenvolvimento", onde teria que concluir de maneira cientifica, como todo fim de trabalho, uma mera conclusão sobre o seguinte tema: " A importancia do brincar do desenvolvimento humano" e, assim, gostaria de compartilhar a minha conclusão com vocês. Segue...


Como profissionais de psicologia e não de pedagogia, referente aos artigos aqui propostos e lidos, percebemos sim a importância do ato de brincar do desenvolvimento da personalidade e do individuo como um todo. Porém, não houve críticas a respeito do desenvolvimento de indivíduos que passaram a sua infância trabalhando ou sendo cuidados por outras pessoas que não eram de sua família de origem, mesmo de modo precário – exceto o alto índice de mortalidade -, pois não foi citado nenhum caso que demonstre ou aponte uma má formação da personalidade, tanto quando cognitiva ou física.
Atualmente, ainda vemos crianças que trabalham e, estas, não possuem grau de aprendizado menor do que crianças que estão em escolas e, tampouco, percebemos de maneira infeliz, crianças em escolas que não possuem nenhum tipo de higiene e educação - mesmo tendo educadores formados e cientes dos progressos educacionais no Brasil e cientes de noções de cuidados básicos de higiene e educação -, as quais possuem características negativas potentes (como a violência, por exemplo), mais do que as crianças que estão em ensino particular, como também, não significa que crianças que possuem um nível educacional particular e ‘descente’ perante a sociedade e família, não possuam baixa cognição e passividade adequada.
O ambiente correto, educadores responsáveis e contexto dirigido e organizado para as crianças se desenvolverem são, sim, aspectos mais que importantes para o desenvolvimento do individuo em todos os aspectos, porém isso não significa o sucesso do mesmo, pois há casos em que a simples força de vontade e o livre arbítrio pulsam mais forte em certas pessoas e, mesmo não sendo alfabetizadas ou ‘educadas’, se superam e superam qualquer personalidade alfabetizada, surpreendendo a si mesmo e a todos.
Como abordar, então, casos de crianças em outros países que nunca tiveram contato com sociedade alguma, que foram abandonadas em selvas?
Casos marcantes como o alemão Kaspar Hauser (1812- 1833), filme dirigido por Werner Herzog em 1974, ou de “O Garoto Selvagem de Alveryon” (séc. XVIII), filme dirigido pelo francês François Truffaut, em 1970; ou, o caso de “Nell”, dirigido por Michael Apted, em 1994.
O que estas obras cinematográficas possuem em comum em relação à importância do desenvolvimento motor e cognitivo do individuo? Tudo. Pois nos três casos o desenvolvimento do individuo foi anulado, mas em termos: o fato de não possuir contato com a sociedade não limitou completamente suas habilidades motoras e cognitivas, contudo, todos eles mal ou não sabiam nada sobre o ato de brincar e sobre outras pessoas. Porém, estudos foram realizados com estes casos e todos eles se mostraram competentes em relação ao aprendizado, porém seu desejo de voltar à ‘vida selvagem’ sempre soou mais forte do que se adaptar à vida em sociedade, mas não por isso que não se desenvolveram, pois se desenvolveram da maneira mais perfeita para eles sobreviverem no meio e no ambiente em que viviam e isso era suficiente, exceto Kaspar Hauser, que era tratado com um humano em um quarto fechado e depois abandonado em praça pública sozinho.
Os fatos acima foram citados para relevar a capacidade de adaptação e sobrevivência que o ser humano possui, não deixando esquecer, em via teórica, as idéias de Charles Robert Darwin (1809-1882) e outros teóricos darwinistas e neo-darwinistas, que enfocam o desenvolvimento humano com ênfase puramente biológica, proporcionando ao seu próprio corpo e ao ambiente a tarefa de aprender e de selecionar as capacidades para o aprendizado e a sobrevivência e, por mais que nenhum dos autores dos artigos aqui propostos para realizar este trabalho tenha citado de forma explicita e concreta tais teóricos das ciências naturais, é necessário citá-los e ressaltar que a sociedade e a educação que ela gera, tal como seus costumes morais como um todo e com o individuo em si, não são completamente responsáveis pelo desenvolvimento da personalidade, tendo diferentes personalidades manifestadas em diferentes ambientes, com a presença ou não do outro, se é que podemos chamar de personalidade os três casos citados em especial, já que o mundo que os cercava não possuía a idéia invicta de personalidade.
Logo, as brincadeiras, a educação, a cultura e tudo o que compõe uma sociedade, como também a maneira de como as aprendemos e as transformamos e onde vivemos e nos desenvolvemos, não são verdades absolutas, mas sim, conseqüências de uma única série histórica e de uma mera coincidência cultural e puramente Ocidental - quase uma ‘bola-de-neve’ - chamada Ciência, a qual possui a pretensão de colocar em suas mãos o mundo de forma absoluta e intelectual, para não usar o termo degradante e infeliz ‘academicista’ de cunho cartesiano, onde o que não funcionar não possui valor para ‘este pequenino mundinho de ciencia” (a não ser para estudos específicos que se notam na mídia e gera milhões para laboratórios e pesquisadores), inclusive o funcionamento diferenciado dos seres humanos.
Logo, por quais razões eu descreveria, de maneira que conclua este trabalho, sobre a importância do brincar no desenvolvimento humano, se há crianças neste exato momento e neste exato Brasil, se prostituindo em troca de quatro reais para poder se alimentar e, sabendo que há tantos profissionais da área da educação, profissionais da saúde, assistentes sociais e tudo o mais que a nossa linda ciência gerou para auxiliar num mundo melhor (ilusoriamente), estão com seus salários, gastando-os em seus restaurantes prediletos, sendo estes uma pequena parcela da população que sabem o que é um método anticoncepcional, o que é ‘camisinha’ e sabe-se lá o índice de quem já abusou de crianças, sendo prostituição ou pedofilia. Porém, tenho certeza de que todos estes sabem o que é prostituição e a degustação continua sendo a melhor opção no restaurante.
Quais as razões de um estudante de psicologia concluir um trabalho deste? Para ganhar ‘pontos’ no currículo e passar o semestre? Seriamos muito hipócritas.
Há crianças passando fome, há crianças sendo violentadas, há crianças levadas pelas próprias mães para se prostituirem e o que estamos fazendo? Escrevendo isso tudo para ser uma boa aluna, trancada num quarto à base de café há horas, sabendo que o país pára para assistir o jogo da Copa na África (perceba a ironia – em um dos países mais pobres do mundo!) e nada faz para proteger essas crianças. Para que servem estas instituições citadas em São Paulo e Rio de Janeiro de “Proteção a Infancia”, supondo que o país se limita a esses estados, como a ciência se limita em seus interesses e o academicismo é mais um produto conservador e ilusório da sociedade, de interesse e de negócios – quase uma religião – com suas normas e técnicas obrigatórias e com toda sua burocracia.
Claro que o lúdico é necessário para o desenvolvimento da criança, mas não seremos demasiadamente hipócritas e concluir este trabalho, para o adulto também é, principalmente para artistas.
Helen Bee? Quem é Hellen Bee? Hellen Bee é uma norte-americanizada que quer fazer ciência no Brasil, realizando suas pesquisas de primeiro mundo, no primeiro mundo, e nós estudantes brasileiros temos que ler Hellen Bee? Por acaso ela já foi nas comunidades mais precárias do Brasil? Da África? No nordeste? do RJ? Quem é essa tal de Hellen Bee pensa que é? Vamos ver o que Hellen Bee é:

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“Helen Bee
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Ir para: navegação, pesquisa
Helen Bee (1939) é uma psicóloga estadunidense, autora de vários livros sobre desenvolvimento humano.
[editar] Biografia
Nascida em 1939, é uma das duas filhas de Austin Bee. Bacharelou-se pelo Radcliffe College em 1960 (magna cum laude) e seu Ph.D. pela Stanford em 1964, sob a orientação de Robert Sears e Eleanor Maccoby.
Após dois anos como professora assistente na Clark University, em Worcester, MA, Dr. Bee foi para a Universidade de Washington, onde lecionou por 7 anos, recebendoseu título durante esse período. Após deixar a universidade, ela se tornou escritora em tempo integral.
Mundialmente conhecida por seu livro "The Developing Child", com nove edições. Seu livro preferido, entretanto, é "The Journey of Adulthood", que inclui pela primeira vez em textos do gênero um capítulo sobre desenvolvimento espiritual.
Bee vive atualmente em Orcas Island, em Washington. Ela é casada desde 1991 com Carl R. de Boor, um professor da University of Wisconsin-Madison. Foi casada com George Douglas e teve dois filhos desse casamento, Rex e Arwen.
Aposentada, é voluntária em inúmeras organizações sem fins lucrativos na ilha Orcas.”

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O quê? Agradabilíssima a Hellen Bee. Espero que ela adicione mais textos sobre o desenvolvimento espiritual em seus escritos (estes do tipo estadunidenses?), enquanto mora na ilha Orcas.

Fim.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Into the Wild

Além de uma significativa história, não há quem não reflita sobre toda a esfera emocional e sociológica do homem como um todo, tampouco antropológica e angustiante como um só indivíduo. A liberdade a ser conquistada por Supertramp é muito do que tememos durante situações cotidianas, mas a desejamos; algo além do instintivo, mas não diria irracional, mas algo profundamente consciente e, que se fosse dar certo, talvez não haveria o filme, já que muitas pessoas fazem algo semelhante e ninguém fica sabendo.

Está na minha lista de 'Melhores Filmes', sem dúvida alguma; passaria minha vida assistindo esse filme, lendo as críticas e tudo o mais que se conecte com essa personalidade.

Sei que haverá abordagens psicologicas sobre o assunto e também filosóficas, pois Libertar-se é o sonho de todo o homem e, que cada um o faça de sua maneira e esta foi a maneira de Supertramp... Inesquecível.

E quem disse que era para dar certo? Imagina se ele voltasse para sua 'vidinha', das mais triviais e convencionais, tendo apenas mais uma 'história para contar'. Ora, isso todos nós temos, acho ótimo não ter dado certo, ou seja, ter o fim que teve (e que magninífico). Isso não é novela!!!

Esta Obra possui as frases mais simples e mais reflexivas. Uma das ultimas, algo parecido como... "Compartilhar" (conhecimentos, aventuras, momentos de todos os tipos, sentimentos, etc) vale por qualquer filme que também seja por uma história verídica, mas veja bem: a maioria dos filmes mostra o personagem que se dá mal por compartilhar demais e, neste, mostra o rumo para se alcançar tal conclusão (a de com-partilhar), acha pouco?

Eu vou voltar um dia e escrever mais sobre isso.

Vou fumar.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

A necessidade da Arte.

Há tempos que o tempo não a via e não a sentia.
Há tempos que cada ponto final não possuía um fim. Cansada de sua memória ‘desgadeiada’, cheia de promessas nada raras, de caminhos sem trilhos, odores sem cheiros...
Desejo da arte em sinestesia branda de um peito submerso...
De respeito?
Nada escreve o desapego, as palavras mentem na mente. Mas eu não ligo, dei-me sua arte e seu absurdo em doses de absinto puro, sinto...

Puro sentido?
Ah, e os sentidos... Ora vem e vão à contramão.
Não dizes não e nem afirmais a plenitude da vontade da manifestação da arte.
Arte submersa, densa e sem mais vírgulas.
Contração e descontração de orações em linhas tortas de primavera, ao som de Clapton que desmaterializa qualquer intenção de solidão e riso nas esquinas.
A Beto Brant e Sérgio Sant'anna, Philippe Caland e Jennifer Chambers Lynch , pelos membros desonestos encarcerados de desafetos; aos futuros fetos ("et benedictus fructus ventris tui Jesus") e a todos os sexos que não foram imaginados, imaculados: a minha anti-arte, a microbiologia das células cancerígenas a procura de qualquer vida na procriação do caos casual que habitam os genes abençoados pela fúria dos d(eus)es etílicos e artísticos ("et ne nos indúcas in tentatiónem, sed líbera nos a malo"), minha ausência de realização, minha controvérsia de versos e afetos, toda minha lúdica ilusão de renascer sem ser temida e mimetizada pelo silencio alheio.
Sem pontos finais, sem vírgulas, sem parágrafos e questões...
Sou o que sou... Livre de pressões e presa em aversões.
"Sicut erat in princípio et nunc et semper et in saecula saeculórum."
Amen.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Homenagem a Roberto Piva.


Ensina Roberto Piva que "a poesia é a mais fascinante orgia ao alcance do homem e que Freud explicava que ela liberta as nossas tensões psíquicas", em: http://simaopessoa.blogspot.com/2007/01/poesia-xamnica-do-beatnik-surrealista.html




E dizia a Lua que o Blues era feito por negros e conjugues ao renascer do deserto da loucura à procura do sentido da escuridão. Mas é o sentido daquela escuridão pura que só é encontrada no caminho de toda a luz, que ilumina cada dor e cada som emanado atinge seu principio do bem e do estar do próprio tom.
E dizia aquela folha ao receber a saliva do céu que se encaminhava para a terra, que se sentia aquecida pelo calor das ruas e que refletia o próprio sol das mulheres nuas.
Diziam as raízes daquela mesma flor fertilizada e escurecia, que essa flor que ‘florentava’ e que 'ia e vinha', passava sua vida acomodada no mesmo luar de dor e de calma.
Aquele brilho enluarado que suportava a lucidez do fogo, fez o Blues se concretizar e se publicar nas vias do suor e do choro.
O choro que cantarolava tomava bares, balcões e todos os demais tombos e, mesmo sem dizer sobre o Amor, ele se escondeu durante a vida e na pele de quem o sentiu e não reagiu.
A dor sem esperar suplicou às pedras um avatar, deitou-se então no ar e soou o amor que nunca mais se calou.
O silencio que, então, havia neste ar, tomou posse dos olhares e se pôs a reclamar e a cantar...

E a berrar...

A berrar

A errar

Ao a o a o a o ar

Assoprar

As s ooo o o ooo oo o o o o o o p r a r


O A m o r d a D o r

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